Desde seus primeiros textos, Freud dá um lugar de destaque à angústia e discute sua relação com o medo e com o sintoma.
Em 1926 chega ao título emblemático: “Inibição, sintoma, angústia”[1]. Percebendo o valor e o alcance da formulação freudiana, Lacan[2] constrói um quadro em torno desses três conceitos, no qual se incluem o acting out e a passagem ao ato. Ao longo do seminário em que discute a angústia e formula o conceito de objeto a[3], Lacan faz afirmações que ao mesmo tempo se afastam e se aproximam das ideias de Freud: “a angústia não é sem objeto”, “a angústia é o temor de que a falta falte”, “a angústia é o afeto que não engana”.
Proponho, nesse curso, pensarmos alguns pontos das conceituações de Freud e de Lacan sobre a angústia que podem orientar a clínica nos dias de hoje. (Maria Inês Lamy)
[1] Freud, S. “Inibições, sintomas e angústia” (1926). Em: Obras Completas, vol. XX.
[2] Lacan, J. O seminário, livro 10 (a angústia). Rio de Janeiro, Jorge Zahar Ed., 2005.
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